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08 janeiro 2011

No que você acredita?

Você já viu um daqueles quebra-cabeças com centenas ou milhares de peças? Eles são muito interessantes porque desafiam a lógica e o raciocínio e, além disso, consistem em um hobbie divertido. Para solucioná-lo, o jogador precisa ter em mãos o que chamamos de modelo. O modelo é a imagem a ser formada pelo quebra-cabeça depois de resolvido, e normalmente vem impressa na tampa da caixa do jogo. Sem essa imagem, ficaria extremamente difícil de jogar, concorda? Imagine se você tivesse que solucionar o quebra-cabeça da figura abaixo, que contém cinco mil peças, sem nenhum modelo para se basear!
A vida, com suas muitas “peças” a serem encaixadas, se compara a um quebra-cabeça complicado. Não é possível analisar e associar os seus muitos aspectos sem adotar um “modelo”, uma visão de mundo, ou como chamaremos daqui em diante, uma cosmovisão. O modo como um indivíduo relaciona e liga uma “peça” à outra é orientado pela sua compreensão geral a respeito da vida. Por exemplo, considere a morte de um ente próximo, como um pai ou uma mãe: Uma pessoa cuja cosmovisão supõe algum tipo de existência após a morte compreenderá a perda de seu ente de maneira totalmente diferente de outra pessoa que supõe o contrário. O modo como elas encaixam a peça “morte” do quebra-cabeça da vida é diferente.
A cosmovisão é o padrão que unifica toda a nossa percepção do mundo e está intimamente relacionada ao que adotamos como crença. Quer ter uma idéia da cosmovisão de alguém, pergunte qual é sua religião ou no que acredita. Imagine novamente duas pessoas: Uma acredita em Deus e outra não. Elas certamente divergirão em suas conclusões a respeito do propósito desta vida. Geralmente os ateus e agnósticos não atribuem um significado eterno a esta vida e, portanto, crêem que não há um propósito "metafísico" para a existência da humanidade. As conclusões do espiritismo já são diferentes, que, por sua vez, são diferentes das conclusões do islamismo, e assim por diante.
Em meio a isso estão aqueles que dizem: “Eu não tenho religião” ou “Eu não acredito em nada”. Quanto à primeira afirmação, de fato existem pessoas que não têm uma religião definida, mas quanto à segunda, não é possível de validá-la. Mesmo que uma pessoa acredite sinceramente que não tenha crença alguma, isso só a faz estar sinceramente enganada. Todos temos crenças porque somos seres humanos, limitados no tempo e no espaço, e exercemos constantemente um atributo chamado . É comum encontrar pessoas afirmando que a fé não tem parte alguma em suas vidas. Pensando um pouco, para essa afirmação ser verdadeira, tais pessoas precisariam ter conhecimento absoluto do universo e de toda a existência e com isso seriam praticamente deuses, o que é um absurdo. A fé é um atributo intrínseco, inseparável do homem. Negar a fé é negar a própria limitação como ser humano. Não existe “não acreditar em nada”.
Então, eu pergunto a você: No que acredita? Qual é a sua cosmovisão? Qual é o modelo do quebra-cabeça que você usa para encaixar as "peças" que compõem a vida? Todo quebra-cabeça presume um modelo. A vida e as coisas que existem também presumem uma explicação. Qual é a sua explicação?

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